A defesa do património e da cultura de Cacilhas é, essencialmente, feita pela sua comunidade. Os cidadãos têm uma percepção real das riquezas que esta terra encerra. Como prova de amor, contínuo e resistente, surgem a cada momento, demonstrações, quer individuais, quer colectivas, que vão acompanhando a construção dessa realidade.
Não é por acaso, que algumas das colectividades, criadas e sustentadas pela vontade do povo desta terra, ocupam lugares de referência a nível regional e nacional, que excedem largamente a dimensão de uma pequena povoação.
Ainda em fase de formação, em 2003, a associação “O FAROL” já se tinha apercebido da existência de uma memória colectiva que tem vindo a preservar a recordação das histórias, das vivências e das pessoas inesquecíveis das Margueiras. Laços estreitos e fraternos, estabelecidos no dia a dia por centenas de moradores, sublimaram a dureza das suas tarefas quotidianas. Em reunião, participando em convívios alegres e solidários, onde as marchas populares e os arraiais, os campeonatos de Chinquilho e Laranjinha tinham um papel de destaque, criaram alicerces para essa memória.
A desaparecida praia da Margueira, era o local de recreio de todos os putos de Cacilhas, que ali brincavam, tomavam banho e aprendiam a nadar. Chegavam mesmo a vir pessoas dos arredores, e até de Lisboa, para aqui terem um dia bem passado.
Na Margueira existiam duas fábricas e um fabrico de cortiça, para além da Estiva de Peixe, (Indústria Conserveira), onde trabalhavam algumas centenas de pessoas, sendo um pólo fabril importante no Concelho de Almada.
Os Margueirenses César, Abílio e Álvaro têm vindo a promover convívios onde participam os antigos moradores e os seus descendentes, bem como amigos deste “Bairro Operário”, com a finalidade de manter vivas as tradições das Margueiras.
“Relembrar as Margueiras”, foi o tema da Festa Popular organizada pel’ O FAROL em 25 de Junho de 2005: um ponto de partida para a recolha das memórias e do património das Margueiras, que contou com o apoio da Junta de Freguesia de Cacilhas.
Estrelas do Cacilhas Futebol Clube, 1958. Em pé, da esquerda para a direita: Eugénio Estanislau, Arlindo Coelho, Mário Carbone, Alípio Santos, Herlander Jurado, Hernâni Pedro, Massagista. Em baixo, da esquerda para a direita: Vasco Gomes, Álvaro Moreira, Rafael Carbone, Armindo Valente e Necas Feio.
Uma equipa do futebol popular onde jogaram muitos jovens da Margueira, posando para a posteridade no campo do Ginásio, na Mutela, hoje campo de jogos do Beira Mar A. C. de Almada. Alguns destes atletas viriam a ser federados e a dar a sua contribuição ao desporto local e nacional.
Almoço de confraternização dos elementos dos Estrelas de Cacilhas, na Taberna do senhor Fernando. Reconhecem-se, também, alguns familiares do proprietário.
Na Lapa, ao pé do prédio do Malaquias, César prepara o remate de penalty, em mais um treino de hóquei sem patins, preparando os embates da equipa da Margueira com as outras equipas da rapaziada de Cacilhas.
Esta prática desportiva revela o engenho da malta, pois influenciados pelos títulos de Portugal de Campeões do Mundo em Hóquei em Patins, adaptaram o jogo às condições que existiam.
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